domingo, 12 de julho de 2015


A descoberta de um amor que transcende... e que nos transforma!


Há exatos três anos minha vida começou a mudar, meu primeiro gatinho, o "Xico", chegou em minha vida. Já havia tido contato com animais na minha adolescência, tivemos duas cadelas em casa quando morava ainda com meus pais em uma casa no bairro de Brotas. A Bag, uma Fila brasileira, e a Akita uma Rottweiler belíssima. Apesar de lindas e carinhosas, elas não viviam dentro da casa e sim em uma grande área que tínhamos no subsolo dessa. Não conviviam ou interagiam com a família. Me recordo delas duas hoje com muita saudade e com uma certa mágoa por quem fui um dia. Eu não as via como eram, suas necessidades afetivas, as mesmas de um ser como eu. Penso como deviam viver solitárias naquele espaço,  apesar de ser bastante grande, faltava-lhes companhia fosse para brincar ou para afagar... viviam afastadas da sua família que éramos nós "humanos". Quem cuidava delas era o meu pai, sempre as soltava para a área da frente da casa a noite.Hoje percebo que eram cadelas objeto, serviam de cães de guarda, e isso hoje me causa uma mágoa muito profunda! Lembro com tristeza, pensando que poderia ter mudado aquela realidade se pensasse diferente acerca dos animais, como hoje penso! Eu poderia ter tornado as suas vidas mais felizes  e menos solitárias... e sei que é algo que estará para sempre marcado em mim e que jamais esquecerei...
Mas enfim, quando meu gatinho Xico chegou em minha vida, fiquei encantada!Impressionada com tanto carinho e inteligencia! Um amor incondicional... eu era tudo que ele desejava ter sempre perto! Meu colo, meu cuidado era tudo que ele precisava para ser feliz...
Descobrir o encantamento que os gatos causam em nossas vidas e a mágica que é te-los próximos a nós foi me mudando por dentro.... não demorou alguns meses fui adotar mais um gatinho, o meu Zeus!Adotei-o ainda bem pequenino em uma feirinha na Pituba, gato sapeca, endiabrado, mas apaixonado por mim ... e eu também por ele...
E assim o meu amor pelos felinos foi crescendo, comecei a alimentar alguns gatinhos que haviam no fundo do prédio onde resido, chamava-os de meus filho da rua, depois ainda chegou a Sophia para família, uma gatinha siamesa linda que foi devolvida de uma adoção. Comecei a olhar para os cães de outro modo, com uma ternura que até então não havia em minha alma... comecei a participar de grupos de ajuda a animais de rua. Ajudei a salvar a vida da Pretinha uma linda cadelinha de rua que foi atropelada em frente ao meu prédio, hoje vive feliz, anda com sua cadeirinha de rodas e foi adotada por uma mamãe humana super especial! 
Ajudava sempre mas de maneira distanciada animais, compartilhando pedidos de ajuda, adoções, medicamentos em grupos no Facebook até que uma das minhas filhotas felinas da rua, que morava no fundo do meu prédio e que eu alimentava todos os dias, simplesmente desapareceu! Era tão carinhosa e tão apegada a mim! Sempre que retornava do trabalho me via assim que eu virava  a rua, corria até mim e ia costurando meus passos até a porta de minha casa. Procurei-a em vão por todas as ruas do bairro, perguntei a todos se a viram ou se sabiam dizer se aconteceu algo, sequer seu corpo encontramos. Sinto tanta saudade! Ainda hoje alimento dois dos seus filhotes que já estão adultos! Sei que nessa busca por encontrá-la viva, descobri próximo onde moro no centro de Salvador, um terreno em que uma freirinha de 87 anos, a Irma Francisca, cuida de cerca trezentos gatinhos abandonados. Gatos de todos os tamanhos e cores! Foi um choque para mim, que tinha em casa três desses anjos vivendo como reis, enquanto tantos gatos lindos e carentes viviam  em condições tão precárias. Faltava-lhes ração, remédios, um teto digno.... contavam  apenas com o amor e cuidado dessa senhorinha.
Voltei para casa esse dia arrasada, pedindo ajuda a amigos para comprar ração para levar para lá e fiquei pensando sobre o que eu poderia fazer para ajudar mais e o que poderia ser feito a melhorar aquela situação deprimente!
Eis que há um ano estou trabalhando nesse local como voluntária, criei uma pagina no Facebook para solicitar ajuda para esses animais e me uni também a amantes felinos e pessoas sensíveis a causa para ajudá-los. O grupo formado, hoje chamado de Gatil Irmã Francisca, vem crescendo a cada dia, pessoas lindas e maravilhosas vem se unindo a nossa causa e apoiando as nossas atividades.Assim estamos aos poucos conseguindo mudar realidade daqueles animais!
É um trabalho que me faz muito bem, ajudar aqueles gatinhos tão carentes é algo que não tem preço... E foi de lá que acabaram chegando até mim os meus dois mais novos filhos felinos, o Jack Sparrow, (Zoinho), um lindo gatinho especial que por já ser grande e não ter um dos olhinhos não conseguíamos ninguém que desejasse adotá-lo nas feirinhas... sempre ia e vinha e não não suportei pela terceira ve-lo retornar ao Gatil, acabei assim decidindo ficar definitivamente com aquele anjinho, e o meu Tuco, um bebe que trouxe também de lá muito mal para cuidar dele em casa e depois encaminhá-lo para adoção. Mas quando ficou bom já estava há algum tempo comigo... havia um amor tão grande entre nós que não tive coragem e acabei por adotá-lo também! 
Apesar de todo esse trabalho em defesa dos felinos algo ainda me incomodava, sentia que era pouco ou que ainda faltava muito para acabar com o sofrimento desses animais. Assim, comecei a adentrar cada vez o mundo da proteção animal.... animal?!?! Apenas cuidava de felinos e ajudava um ou outro caozinho que precisava... Mas e os outros animais, diante desse novo mundo que se abria a mim, comecei a ver filmes, postagens, campanhas em defesa de toda as especies animais... Foi desse que percebi que me libertar do consumo da carne era algo que já se tornava uma necessidade mesmo que para mim parecesse algo tão impossível....  Decidi que iniciaria o ano de 2016 sem ingerir mais carne alguma, e assim comecei a buscar textos e videos sobre o assunto em busca de um auxilio nessa nova empreitada! Eis que ao por as minhas bitolas de lado deparei com o holocausto animal e com a crueldade do especismo imposto a esses seres por nossa espécie, ditos seres racionais e pensantes. A minha decisão então já não podia mais esperar até 2016... era muito tempo, eram muitas vidas! A vida não pode esperar tampouco a morte, encaradas por tantos animais diariamente em abatedouros e nas industrias de confinamento. Simplesmente não podia mais esperar até 2016 e continuar a ser conivente, cúmplice e responsável pela morte de tantos seres indefesos e inocentes.... Assim fui dormir pensando... pensando...  mas já decidida....  A partir de amanha eu não comerei mais carne de animal algum!